Os streamings revolucionaram a forma como consumimos conteúdos, plataformas como Netflix e Spotify se destacaram em seus segmentos e nos mostraram como é fantástico poder ter acesso a músicas, séries e filmes em qualquer hora e lugar.
Atualmente, é possível até mesmo jogar jogos de videogames via nuvem, embora não ofereça a mesma experiência de um console, a possibilidade de ter acesso a games em diferentes dispositivos do convencional, por si só, amplia o acesso e interesse do público.
Com a adesão do digital, vemos cada vez menos mídias físicas de filmes, séries, artistas musicais etc. disponíveis para venda, o setor que ainda consegue se sobressair nesse cenário é a indústria dos games, que tem um forte apelo na venda de discos e cartuchos físicos, embora sinais indiquem que o foco dos investimentos das empresas do ramo no futuro seja direcionado aos serviços via nuvem e mídia digital.
Aparelhos de DVD e Blu-ray
Embora ainda haja pessoas que utilizem aparelhos de DVD e Blu-ray, e que gostem de comprar mídias físicas, seja por fatores de colecionismo ou apenas pela compra de obras específicas, os dispositivos nem de longe desfrutam da sua época de ouro, já que a expansão do digital diminuiu em grande parte a demanda por equipamentos desse tipo.
O mercado dos Estados Unidos, no entanto, vivencia uma realidade diferente, mesmo apresentando queda nas vendas, é possível encontrar em grandes varejistas, como a Amazon, os lançamentos mais recentes do cinema nas versões em DVD, Blu-ray e Blu-ray 4K.
Vantagens e desvantagens da mídia física
Embora a procura por mídia física esteja diminuindo, sua venda não é totalmente descontinuada devido a algumas vantagens que ela traz, como:
- A preservação de obras, sejam elas filmes, séries e/ou games;
- Colecionismo, visto que há um público que prefere esse tipo de mídia em vez do digital;
- Possibilidade de empréstimo ou troca com outras pessoas;
- Utilização de uma mídia física usada para abater o valor de outro game novo;
- Revenda, havendo casos em que a mídia física se torna bastante valorizada devido à sua escassez ou raridade.
Em contrapartida, as mídias físicas podem trazer desvantagens como:
- Acúmulo e ocupação de espaço ao longo do tempo;
- Preço mais elevado em comparação às mídias digitais, embora haja casos em que a mídia física fique mais barata que a sua versão digital.
Motivos da ascensão da mídia digital
Quando olhamos para a indústria dos games, uma das justificativas para a ascensão da mídia digital é o fator preço, já que os custos de produção e distribuição são menores do que de uma mídia física. Embora, como ressaltado acima, haja casos em que o preço praticado na versão física fique menor que a versão digital.
Outro ponto é a acessibilidade, basta o consumidor assinar um serviço de streaming, alugar ou comprar o conteúdo desejado, que terá acesso ao que adquiriu de forma imediata no dispositivo de sua preferência. Até mesmo os últimos lançamentos do cinema, após alguns dias de seu lançamento, ficam disponíveis para compra ou aluguel, assim, o usuário pode assisti-los no conforto da sua casa.
Além disso, uma biblioteca digital traz mais praticidade, em comparação a uma mídia física, ela não ocupa espaço, não oferece o risco de perda ou dano do conteúdo.
Dados da mídia digital no mercado de games
Como citamos antes, a indústria de videogames ainda possui um forte apelo na venda de mídias físicas, e vale ressaltar, o mercado brasileiro é um forte consumidor. Mas dados da 22ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia Brasil 2021-2025, da empresa PwC, mostram que desde 2016 o mercado de games brasileiro tem apresentado aumento na adesão das mídias digitais, enquanto o consumo da mídia física vem decaindo com o passar dos anos. De acordo com o relatório, é estimado que a mídia digital arrecade no ano de 2025 cerca de US$ 1.6 bilhão, enquanto a mídia física, US$ 33 milhões.
No âmbito global, dados de uma pesquisa de 2022, publicada no site Games Industry, mostrou que, naquele ano, as compras digitais arrecadaram US$ 173,8 bilhões, o que representa 94,2% do mercado de games, enquanto as mídias físicas contabilizaram US$ 10,7 bilhões, o que representa 5,8%.
Embora as mídias físicas movimentem uma quantia significativa, os dados tornam expressivo o declínio em seu consumo e reforçam que a mídia digital será o meio que a grande maioria dos consumidores aderirá nos próximos anos.
Contrariando as estatísticas
Uma notícia pegou muitos fãs de games de surpresa, que é o retorno da Sony ao Brasil, a empresa, que havia encerrado as suas atividades comerciais no país em março de 2021, anunciou na última quinta-feira (21/03), o seu retorno.
Em parceria com a Solutions 2 GO, empresa multinacional de entretenimento, eletrônicos e acessórios, a Sony desenvolveu uma instalação de última geração na Zona Franca de Manaus para a produção de discos de jogos exclusivos e de parceiros, que serão distribuídos em território nacional e exportados para toda a América Latina.
O anúncio do retorno de uma empresa como a Sony ao Brasil, ainda mais para fabricar mídias físicas, traz uma nova perspectiva sobre o produto, pelo menos no mercado de games, já que mesmo a mídia digital sendo o novo padrão de consumo, mostra que a versão física ainda tem “muita lenha para queimar”, visto o tamanho do investimento.
Afinal, as mídias físicas irão acabar?
Apesar dos dados apontarem um possível fim das mídias físicas, não há como dar um veredito final sobre o assunto, afinal, o produto possui uma parcela significativa de consumidores e movimenta toda uma cadeia comercial.
O que pode acontecer é que as mídias físicas (CD, DVD, Blu-ray, discos/cartucho de jogos) sigam um caminho semelhante ao disco de vinil, sendo produzidos em menor escala e atendendo a um nicho específico de consumidores. No entanto, pelo menos na indústria dos games, ainda é cedo para o veredito final.